terça-feira, 28 de julho de 2009

PORTUGAL,PAÍS DE POETAS

O pão que sobra à riqueza
Distribuído pela razão
Matava a fome à pobreza
E ainda sobrava pão

António Aleixo

FRASE PARA REFLEXÃO

"Bem tentais não vos ocupar de política, mas a política ocupa-se de vós"

BOLETIM INFORMATIVO


Sócrates quer ver se é verdade que dizem mal dele na blogosfera


José Sócrates confessava, risonho, que vinha ver se era verdade que diziam muito mal dele na blogosfera. Ele próprio deu a resposta e acha que não. “Fazem o possível para transformar a liberdade dos blogues numa liberdade respeitosa.” Podia seguir-se através do Twitter. Mas só. Os jornalistas saíram da sala e lá ficou o primeiro-ministro, líder do PS, a responder a 20 bloggers.

NÓS, OS IMPOSTOS E CRISE


NÓS, OS IMPOSTOS E CRISE


Definição de imposto
adjectivo
1.
tornado obrigatório por lei ou por determinação superior
nome masculino
ECONOMIA prestação unilateral exigida pelo Estado para fazer face às despesas públicas; tributo; taxa;

A cada dia que passa e a crise se agrava, vou vendo melhor este filme dos impostos. Ou melhor, ia, porque há já bastante tempo o vejo, mas só agora tento ordenar as ideias por escrito.
Ainda ontem, na costa de Lavos, Figueira da Foz, uma vendedora se queixava do que tem de pagar para trabalhar. Dos 5 euros que paga ao metro para montar a sua banca. E da fome que passa…
Ainda outro dia, outros dias, ouço tanta gente a queixar-se dos impostos e eu a pensar nas definições acima. Detesto que me imponham coisas.
Sempre detestei, mas a minha vida, que descobriu que tinha o coração à esquerda e o sangue vermelho, soube-me ensinar por essas vias que o imposto era um esforço colectivo de uma sociedade solidária. Então consegui arranjar um argumento para pagar.
Mas questiono-me. Será uma sociedade solidária a que IMPONHA o pagamento unilateral dos nossos rendimentos? No mundo da Utopia seria bem mais fácil discutir esta questão, mas não é isso que me traz a estas letras.
O que me traz aqui é para vos questionar e fazer pensar. A crise não é só económica, é uma crise de recursos (água, petróleo, comida…) que não é assumida por conveniências várias. E vejo há anos a crise a chegar, olhando por detrás da cortina de fumo criada pela sociedade do conforto. E vejo o Estado português, gerido por ladrões, a enfurecer-se na sua cruzada pelo dinheiro. Utilizando a máquina das Finanças, o objectivo de Teixeira dos Santos era o de arrecadar o máximo de milhões de euros possíveis. Em 2006, esse objectivo assumido publicamente era o de “reduzir o número de funcionários públicos” e o de “aumentar a competitividade fiscal”.
O primeiro, significa poupar para os ladrões e desemprego para nós. O segundo significou multas, perseguição aos devedores, multas, multas e multas… Concordo com o princípio de que toda a gente deva pagar impostos. Agora não consigo concordar com a realidade que é outra coisa bem diferente. E a realidade diz-me que não há justiça e que quem menos pode pagar mais sofre a repressão da máquina. E quem mais pode? O dinheiro afinal era para esses.
Há quase um ano, em Loures, mais um bairro social explode. Os tais que não podem pagar impostos, ou comida, às vezes. Os que construíram a Expo, a Ponte Vasco da Gama, etc e já não são necessários, foram desprezados. E claro que a violência explode se foi com violência que eles são tratados. Mas sobre esse bairro muito se falou. A direita racista vociferou acusações sobre segurança e o perigo que os imigrantes representam. Os sociólogos, especialistas em criminologia e outros tantos insensíveis viram nestas pessoas um caso de estudo e uma forma de aparecer na televisão a mandar bitaites. E no parlamento, alguém enfrentou o Primeiro-ministro e explicou-lhe que era preciso dinheiro para resolver estas questões sociais. E o gajo responde que estávamos em crise e que não havia dinheiro…
Depois, um mês depois, estalou a crise. Os bancos e as seguradoras a falir, a economia a cair, mas acredito que todos os ladrões estavam descansados. Havia dinheiro. Claro que havia, o dinheiro dos impostos que foi acima explicado servia para isso. Eles precaveram-se. E há-de continuar a haver. As formas que Eles arranjaram para nos roubar são muitas. Outro dia, espero, explicarei.
Para acabar: Impostos – Engodo que apela à nossa solidariedade para que poucos possam enriquecer.
A crise – consequência do modelo de sociedade que nos foi imposto.
Nós – pessoas que gostam de amar, enriquecer-se, trabalhar e viver com dignidade. Andam a pisar-nos e por isso faço minhas as palavras da vendedora da costa de Lavos: “Mais vale ser revolucionária!”

Enviado por: RIÇA