POLITICO:PROFISSÃO OU VOCAÇÃO?
"Aquele Senhor tem jeito para politico, fala bem!!!" Já ouvi esta frase várias vezes, e sempre desconfiei deste tipo de juízos avulsos. Entender a politica como profissão é relativizar a importância e responsabilidade da missão.Sim, a politica é uma missão.Servir a população é uma tarefa nobre,que merece total entrega e disponibilidade. É aqui que introduzo a noção por vezes conotada com o serviço religioso de vocação.Longe de mim achar que que os politicos devem possuir qualidades de super-homens ou santos, mas a determinação de servir a comunidade deve ser uma caracteristica bastante marcada na personalidade de alguem que se acha fortemente capaz de responder á importância de ser mandatado pelos eleitores para um cargo público.
Infelizmente , salvo excepções, não é a realidade. Há exemplos infindáveis de personalidades que tendo sucesso na sua vida profissional acham que tal mérito é suficiente para enverdarem pela carreira politico.Os partidos, com um défice declarado de quadros valorosos ,abraçam com vigor quem lhes bate á porta prometendo eterna dedicação á causa. Servir não é facil, mas servir sem compromisso nem agenda secreta é ainda mais duro. A politica na minha humilde visão, é para quem está disposto a construir uma melhor sociedade, mais livre, mais solidária, abdicando de interesses pessoais ou empresariais.Se os partidos portugueses contrairem empréstimos bancários para pagarem os serviços prestados pelos próprios militantes ficaram individados, porque os partidos não criam riqueza, não produzem.Sendo assim, é necessário trabalhar em prol da comunidade de uma forma despojada e altruista, apenas desta forma os politicos voltaram a merecer o respeito e credibilidade dos eleitores. É necessário jeito, mas não aquele jeito português do chico-espertismo, da manobra, do esquema.Ter jeito para sentir as carências comuns de todos e mexer onde é preciso para melhorar a realidade social, sem receio de represálias,e claro, com enorme sacrificio.Falar bem, ajuda , mas não chega...
